Conhecer o seu solo é um trabalho um tanto complexo, uma vez que temos a chamada variabilidade espacial, ou seja, a variação da fertilidade na horizontal, razão pela qual a amostra não deve representar áreas muito grande, e a variação da fertilidade na vertical, razão pela qual devemos estratificar a coleta ao longo do perfil, em camadas menores. Devemos sempre lembrar que uma amostra representa uma área ínfima do todo. Logo, sem uma boa amostragem, uma análise de solo perde o seu sentido. Dentro desta perspectiva, é preciso também pensar em quais camadas de seu solo analisar.

Considerando uma análise química de solo, sempre recomendamos que estratifique em pelo menos três camadas, sendo elas 0-10, 10-20 e 20-40 cm. O porquê disso reside no fato de que os elementos podem se concentrar em uma camada, mas se dispersar em outra. Vamos exemplificar, coletando uma amostra composta de 0-40 cm, você pode pensar, através do laudo, que seu solo está assim:

Sim, ele realmente pode estar com os elementos bem distribuídos, mas o mais comum é que tenha diferenças entre as camadas. Logo, o mesmo solo, em uma análise estratificada, pode estar assim:

Outro ponto que reforça a importância de estratificar nossa amostra de solo é com relação ao alumínio. Este elemento, quando encontrado em altas concentrações nas camadas superiores, impede que a raiz da planta vá para as camadas mais profundas, ocasionando o que comumente chamamos de raiz em L. Ao fazer uma amostragem sem estratificação, você pode mascarar uma eventual concentração nas camadas 0-10 ou 10-20 cm, por ela indicar que no todo estão aceitáveis os teores de alumínio.

“Mas fica muito caro analisar tantas camadas.”

Muito cuidado com a objeção acima, análise de solo representa um “custo” ínfimo perante todos as despesas de um sistema agrícola. O que ela realmente representa é rentabilidade, pois você utilizará apenas insumos que são realmente necessários para dar condições às plantas expressarem todo seu potencial, tendo a produtividade como consequência.