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2020-06-29 - Nutrição animal

Análise de folha na pecuária: Resultado direto no bolso do produtor

Análise de folha na pecuária: Resultado direto no bolso do produtor

 

Não é novidade para ninguém que a pecuária do século XXI exige profissionalismo e eficiência para que tenha lucratividade. Porém, algo muitas vezes deixado de lado na hora de montar o planejamento agropecuário, em uma propriedade de gado, é a análise foliar. Sim, existe este tipo de análise para braquiária e outros tipos de capim, que são responsáveis diretos pela base nutricional dos animais.

 

Felipe Domansky, engenheiro agrônomo da Laborsolo, destaca que por mais que o gestor pecuarista esteja focado em alguns indicadores como: taxa de prenhez, ganho de peso, sanidade, entre outros, é preciso o máximo de cuidado com as plantas. Parafraseando o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso, fundador da empresa adubos Manah: “O boi é um transformador de capim em carne e leite. O pecuarista deve ser também um bom produtor de forragem. O gado está lá para transformar”.

 

Mesmo que se trabalhe com suplementação forrageira à base de silagem de milho, sorgo, grão úmido ou feno, a base sempre é a produção vegetal. E ela precisa ser eficiente para proporcionar lucro ao negócio. “A análise de folha é uma ferramenta para que você conheça precocemente a nutrição do vegetal e consiga melhorar, otimizar, fazer mais pela forragem que está sendo produzida. Certamente, tal cuidado fará muito mais pelo seu rebanho”, destaca Domansky.

 

O momento ideal para realizar análise de folha na pecuária é depois da saída do gado do piquete – em casos de manejos rotacionados – e antes da entrada do gado. Em resumo, durante a formação das folhas, oferecendo tempo necessário para eventuais adubações. “Às vezes eu tenho 40 dias de descanso para o pasto. Então espero 15, 20 dias, recolho à amostra para análise e me sobra 20, 25 dias para trabalhar com o resultado da análise e realizar as adubações via solo ou folha”, ressalta Domansky. Claro, importante sempre reforçar que análise de folha não substitui análise do solo. Ela é um complemento importante na busca da precisão, que traz, em consequência, economia na hora de aplicar nutrientes e fertilizantes. Isso não apenas pela diminuição do uso, mas também pela diluição deste custo em maior produção de forragem.

 

Caso Fazenda Meio Século

 

Exemplo prático da importância em incorporar análises de solo e folha dentro de uma propriedade de gado se dá na Fazenda Meio Século, localizada em Itaquiraí-MS. Com trabalho desenvolvido pela Shojiki, em parceria com o programa A2P da Laborsolo, identificou-se uma queda da produtividade na pecuária, ocasionada pela falta de micro e macronutrientes. Tais deficiências foram corrigidas e com economia. Exemplo disso é que não houve a necessidade da aplicação de fertilizantes nitrogenados, que sempre elevam o custo na pecuária. Lembrando que as forrageiras são responsáveis por grande volume de fixação biológica de nitrogênio, quando bem instaladas em solos corrigidos.

 

O resultado prático deste trabalho foi que entre os dias 25/09/18 à 31/03/2019 (período do ciclo da soja), o ganho per hectare na propriedade, com a criação de gado, foi de aproximadamente R$3.400,00. Isso equivale a uma produtividade média de 56,66 sacas de soja por hectare (considerando valor da saca de soja por R$60,00). Tal rentabilidade foi muito superior à obtida por quem optou pela soja no mesmo período. Isso porque, prejudicados pela seca, os produtores da cultura não conseguiram médias acima de 40sc/ha.