Atualmente muito se fala em perfil de solo para altas produtividades. E nesse sentido construir a fertilidade em profundidade é sem dúvida um dos maiores desafios, principalmente no âmbito do Sistema de Plantio Direto, em que se pratica a mínima movimentação do solo.

Foi nessa onda que surgiram os implementos de aplicação profunda de fertilizantes e corretivos. Apesar de algumas diferenças entre eles, o princípio é o mesmo: utilizar uma haste descompactadora (como a dos escarificadores e subsoladores) como veículo para levar o produto até uma determinada profundidade, que geralmente é de até 40 cm, com o mínimo revolvimento do solo. E para proporcionar certa distribuição do produto, de maneira que não fique concentrado na forma de um filete, a maioria dos equipamentos utiliza ar comprimido para levar o produto com maior velocidade e espalhá-lo melhor no solo.

A ideia é boa! Ao mesmo tempo descompacta, não revolve o solo e aplica fertilizantes e corretivos em profundidade. Mas a dúvida que fica é: será que a distribuição do produto no solo acontece de forma ao menos razoável? Ou ele, ainda assim, permanece na forma de um filete? E, mais: digamos que ele fique na forma um filete, será que isso é mesmo um problema?

Para responder essas perguntas, nossa equipe foi até São Jerônimo da Serra-PR e coletou amostras de solo na área de um cliente A2P, a Sementes Vedovati, que resolveu experimentar e havia acabado de aplicar calcário há poucos dias com um desses equipamentos. A coleta se deu num esquema especial, conforme ilustração abaixo, para que fosse possível visualizar a distribuição do produto, tanto na vertical como na horizontal.

Apesar do benefício do mínimo revolvimento que o equipamento proporciona, o cliente acabou gradeando a área a 20 cm de profundidade. Portanto, a camada de 00-20 cm, como foi homogeneizada, foi coleta com o trado, enquanto as demais camadas foram coletada de 5 em 5 cm, com anel volumétrico, até 50 cm de profundidade, como mostra as fotos abaixo.