Nesta "Corneta do Agro", os Drs. Roberto Fioretto e José Carlos Vieira discutem o Projeto Solo Vivo que está sendo implementado pela Embrapa Solo, que agora está preocupada com os indicadores da qualidade do Plantio Direto.

A crítica é por desenvolver um projeto para avaliar indicadores num sistema que já foi amplamente estudado por diversos pesquisadores no país, um projeto que irá mobilizar um grande volume de pesquisadores, para estudar algo que já está consolidado, a fertilidade do solo e a nutrição de plantas já foi amplamente estudado, não há o que inventar. O Plantio Direto só não dá certo porque ele não é um sistema científico, ele se tornou um processo ideológico. O agricultor não quer mais mexer no solo, porque para mexer no solo ele terá que fazer novamente terraços. Terraços que foram todos destruídos depois do Paraná Rural, projeto premiado, desenvolvido pelo ex-Senador Osmar Dias, quando era secretário da agricultura do estado do Paraná na Gestão do Governador Alvaro Dias.

O plantio direto, que substituiu os terraços, facilitou a vida do trabalhador rural, num processo que segue a lei do mínimo esforço, já que o produtor, colhe, semeia e espera. O mesmo que acontece com a pecuária, onde o produtor não vê o pasto como uma lavoura, gerando uma enorme quantidade de pastos degradados. Deste modo temos um 'plantio direto degradado', já que a própria Embrapa identifica que há erosão no plantio direto, que foi desenvolvido justamente para evitar a erosão.

O que mais preocupa é o fato da cana-de-açúcar também estar aderindo ao sistema de plantio direto, que antes estava livre desse processo, e poderá em pouco tempo sofrer as mesmas consequências das demais culturas.

Outro ponto importante é que sempre se compara o Plantio Direto com o Plantio Convencional, que é outra situação que agronomicamente é inaceitável, já que muitas vezes o solo é arado e gradeado em excesso. É preciso medir o solo, medir a planta, para então tomar medidas de correção.