2016-09-27 - Eventos, Análise química de solo, Análise de tecido foliar
“Eu também preciso levar um ‘puxão de orelha’ e repensar meu manejo” - diz presidente da Aprosoja Brasil
Foi aberta na última semana o Plantio da Safra 2016/2017 de Soja. O evento realizado em Sinop (MT) contou com uma série de palestras e diversas autoridades do setor agrícola. Durante o ciclo de debates alguns pontos apresentados chamaram a atenção.
A fala do Presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, que encerrou as atividades é uma das mais importantes. Ele deu um “puxão de orelha” geral, inclusive em si mesmo. Segundo ele, o produtor precisa desassociar o uso de agroquímicos ao aumento da produtividade. O ideal é o manejo adequado tanto do solo, quanto das plantas. “Não estamos dizendo que está tudo errado. Mas, sim, que o produtor precisa melhorar seus custos de produção. Só assim teremos margem de lucro”, garante Da Rosa, que também é produtor de soja. “Eu também preciso levar um ‘puxão de orelha’ e repensar meu manejo.”
O tema do ciclo de debates foi "Técnicas de produção para redução de custos" e abordou diversos pontos importantes como a valorização do dólar frente ao real, que encareceu os agroquímicos e rendeu valores menores nas negociações do mercado futuro; a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e as vantagens do sistema em comparação ao uso exclusivo de lavoura ou de pecuária, os resultados do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) Safra de 2015/2016, quando o produtor paulista João Carlos da Cruz conseguiu colher 120 sacas por hectare.
Vale destacar também, dentro do debate da redução de custos, a fala do geólogo e pesquisador da Embrapa Éder Martins que instruiu e tirou a dúvida do público presente com o tema “Técnicas de rochagem”. Segundo ele, o Brasil possui solos muito pobres em nutrientes, por serem bastante explorados pela agricultura e também porque, em geral, são muito lixiviados. Para compensar esse gargalo, os produtores gastam bastante dinheiro anualmente com fertilizantes e isso impacta diretamente na margem de lucro do produtor.
É aí que entram os remineralizadores como o pó de rocha, que se trata de rocha moída e peneirada com a função de melhorar a qualidade física e química do solo. “A rochagem não vem para substituir os fertilizantes, mas para complementar, reduzindo os custos”, garante Martins. “A vantagem é que esse pó fica na terra e não é levado junto com a água de chuva, como acontece com os fertilizantes.”
Lembrando que para seguir o conselho do presidente da Aprosoja Brasil é preciso realizar a análise de macronutrientes e análise física do solo para definir de maneira mais precisa o diagnóstico e as necessidades de correção do solo, bem como realizar a análise foliar (já do primeiro trifólio) para suprir adequadamente as necessidades nutricionais da planta. Manejo de solo e de plantas bem feito resulta em economia e maior lucratividade!