Labor news

2015-06-16 - Mercado Agrícola, Gestão e planejamento agrícola

Agrodistribuidores devem focar área técnica e auxiliar a decisão de produtores

A Markestrat, consultoria da área de negócios, publicou recentemente um artigo muito interessante sobre o cenário agrícola recente e a crise no setor de distribuição de insumos para o agronegócio.

Os Doutores Matheus Alberto Cônsol e Matheus Kfouri Marino, apresentam em seu artigo bons argumentos sobre a estratégia que vem sendo utilizada por muitos produtores, de compra de novas áreas próximas às suas propriedades atuais para expansão dos negócios e também sobre as dificuldades que vem sendo enfrentadas pelas revendas de insumos agrícolas.

"Não há duvidas que a seca que algumas regiões sofreram (ou ainda sofrem) tem impactado o setor. Algumas áreas tem previsão de redução de produtividades que variam de 15% a 45%, podendo ser mais severas em localidades específicas.

O atraso de plantio no final de 2014, ocasionado pela falta de chuvas postergou a utilização de alguns insumos e a seca reduziu a demanda de produtos, principalmente fungicidas. Ademais, esse atraso prolongou os períodos de colheita no inicio de 2015, reduzindo ainda mais a janela de produção da safrinha, aumentando a exposição a riscos, produtividade e mesmo redução de áreas em algumas regiões.

Nas áreas com culturas irrigadas a seca reduziu a disponibilidade de água, sendo que outorgas chegaram a ser canceladas ou poços lacrados. Mais impactos para o produtor e consequentemente para a distribuição de insumos.

Essa questão, tão conhecida e estudada por técnicos, economistas e governo levanta sempre uma questão. Não seria a diversificação regional uma forma de mitigar riscos? Não está na hora das empresas ao ampliarem sua área de atuação, ao invés de ir para áreas vizinhas, procurar regiões mais distantes para reduzir o risco sistemático de uma determinada região? O mesmo cabe para diversificação de culturas, quando possível em nível regional.

Além da estratégia de diversificação de cultura e região, o emprego de instrumentos que promovam a redução de riscos agrícolas, como o seguro, trará mais segurança ao sistema produtivo e garantia de rentabilidade para o agricultor e distribuidor.

A recomendação de soluções técnicas alinhadas as diferentes condições climáticas diferencia o agrodistribuidor da concorrência e proporciona maior probabilidade de produtividade. A variabilidade das condições climáticas evidenciadas nos últimos anos ressalta o diferencial competitivo de agrodistribuidores que apresentam a área técnica como foco do negócio.

Dessa forma, é sabido dos impactos na produção e na economia agrícola causado pela recente seca. Cautela, gestão de riscos e estratégias de longo prazo podem ajudar. Mas o clima continuará incontrolável, mutante e trazendo novos desafios para aqueles que atuam na agricultura."

Publicado originalmente em Markestrat.