2018-08-21 - Mercado Agrícola, Gestão e planejamento agrícola
Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: Por onde começar?
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é um tema em alta por vários motivos, os dois principais são (1) a necessidade de recuperação de pastagens degradadas especialmente no cerrado e nos pampas e (2) o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono).
As dúvidas no entanto são muitas o que tem levado diversas instituições a criar programas de capacitação e fazer alerta aos produtores e pecuaristas.
Recentemente, durante a Campo Grande Expo, a Embrapa ofereceu um minicurso sobre as facetas da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) onde destacou a importância de começar pela base, ou seja, o solo.
O solo deve ser o ponto de partida para o planejamento de qualquer ação de integração. Ele é o primeiro que precisa receber atenção e investimentos. Nestes casos o manejo da fertilidade do solo deve observar o sistema como um todo e não uma cultura extensiva, focando na cultura mais exigente do sistema, criando assim um processo de construção da fertilidade do solo.
O Engenheiro Agrônomo Felipe Domansky destaca que se o produtor ou pecuarista pretende iniciar neste segundo semestre o processo de integração este é o momento ideal e uma ferramenta que pode ser fundamental para garantir o sucesso é o A2P (Agricultura de Alta Performance) que já demonstra ser eficiente tanto para agricultura quanto para a pecuária e para as florestas. “Já temos muitos pecuaristas que estão comprovando os benefícios da construção da fertilidade dos solos, além do mais a Laborsolo dispõe de Análise Foliar com DRIS tanto para a Brachiaria quanto para o Eucalipto, que são as duas principais culturas utilizadas na ILPF”.
O apoio de uma equipe especializada também é fundamental, contar com um Engenheiro Agrônomo e/ou Florestal na equipe ou como consultoria é um ponto crítico já que é preciso avaliar diversas características como solo, pastagens, floresta, animal, culturas e gestão.
Pesquisadora em socioeconomia, Mariana Aragão reforça que mão-de-obra, maquinários, instalações, mercado e gestão são os principais desafios para a adoção da prática sustentável. Ela comenta a forte expansão do negócio de florestas plantadas, com crescimento de 4,3%, entre 2007 e 2015, em eucalipto, e novas fronteiras, como oeste baiano, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso e Piauí.
Na perspectiva florestal, o especialista em agroecossistemas Vanderley Porfírio afirma que “introduzir árvores no sistema é construir um valioso patrimônio, com proteção de lavouras e pastagens”. As mesmas árvores colaboram com a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEEs) e o “mecanismo mais eficiente para diminuir a temperatura corporal dos animais é a busca pela sombra, assim o ILPF traz bem-estar e conforto térmico ao bovino”, complementa Fabiana Villa, pesquisadora em ambiência. Ela e Porfírio explicam que a introdução de espécies arbóreas exige conhecimento sobre manejo de árvores, plantio, idade e arranjo espacial, afinal “uma árvore sozinha não faz verão”.
Com informações da Embrapa Gado de Corte