2020-07-27 - Bioanálise de solo
Bioanálise de solo: a nova tecnologia para avaliação da fertilidade do solo
A qualidade do solo é baseada em três pilares: químico, físico e biológico. O pilar químico tornou-se o mais popular, por já ter métodos consagrados de mensuração e interpretação, e fácil aplicabilidade no dia a dia do campo. Porém, agora surge como tendência a consolidação do pilar biológico, com o desenvolvimento da bioanálise de solo pela Embrapa Cerrados.
O nome técnico desta análise é BioAS, sendo o “Bio” de biologia e o “AS” de análise de solo. Ela é fruto de longos anos de trabalho e muita pesquisa desenvolvida pela Embrapa Cerrados. Em síntese, foram eleitas duas enzimas como indicadoras da qualidade biológica do solo – a Beta-Glicosidase e a Arilsulfatase. Trata-se de duas proteínas que os microrganismos excretam no solo para digerir os materiais orgânicos (restos de culturas anteriores, outros microrganismos mortos, dentre outros) e em seguida consumi-los. Daí que, grosso modo, quanto mais dessas enzimas houver no solo, maior é a atividade biológica e, portanto, maior a qualidade biológica.
Essas duas enzimas foram eleitas principalmente por serem altamente sensíveis a mudanças no padrão de atividade biológica do solo, por se correlacionarem muito bem com a produtividade, com a matéria orgânica do solo e com outros indicadores biológicos de mais difícil determinação. Elas também não são afetadas por práticas como calagem e adubação, característica esta que excluiu a fosfatase ácida do páreo.
Pelo fato de elas sofrerem processos no solo que as protegem de serem rapidamente degradadas, elas acabam de certa forma se acumulando no solo. Por isso, diz-se que o resultado da bioanálise funciona como uma memória do solo, um reflexo do que vem sendo feito nos últimos anos.
Como se dá a aplicabilidade desta tecnologia?
De início, é preciso pontuar uma diferença fundamental com relação à análise química. Isso porque, na química, por exemplo, se detectamos uma falta cálcio, facilmente calculamos uma dose e aplicamos o cálcio através de corretivos e fertilizantes. Agora, na bioanálise, se a Beta-Glicosidase e a Arilsulfatase estão em nível baixo, não tem como comprar um produto e aplicar no solo para resolver o problema. A solução sempre passará por repensar a relação com o solo, refletir sobre o que tem sido aplicado, o sistema de manejo que tem sido usado, as culturas que têm sido plantadas, e por fim responder duas perguntas:
1 - Como posso parar de prejudicar o microbioma do meu solo?
2- Como faço para ir além e promover esse microbioma?
Exemplos de práticas a serem consideradas para a primeira pergunta são: controle de tráfego, uso racional de defensivo e fertilizantes, cobertura do solo, entre outras. Para a segunda: rotação de culturas, mix de plantas de cobertura, inoculação do solo com composto orgânico de alta qualidade biológica, entre outras tantas.
Nessa primeira fase, os algoritmos de interpretação da Embrapa que compõem a Tecnologia BioAS serão ofertados apenas para áreas de culturas anuais e para o bioma Cerrado. A expectativa é que em 2021 sejam concluídos os algoritmos para o Paraná e daí em diante a tendência é que progressivamente outros Estados, outros biomas e outras culturas sejam incluídos.
A Laborsolo está licenciada para a realização da BioAS e já conta com política comercial e pacotes promocionais. Valorizar seu solo é valorizar seu maior patrimônio. Lembre-se sempre disso e coloque a bioanálise de solo em seu planejamento.