2016-08-25 - Análise de tecido foliar, Análise de fertilizante mineral
Manejo 4C – As 4 medidas para o uso eficiente de fertilizantes
Com o desafio de intensificar a produção de alimentos de forma economicamente viável, mantendo a integridade ecológica dos sistemas e sem desmatar novas áreas, os fertilizantes são ferramentas indispensáveis para cumprir esses objetivos.
No entanto, por serem fabricados a partir de recursos naturais finitos (p.ex. jazidas de minério ou petróleo), e no Brasil serem, em sua grande maioria, importados, o uso eficiente deste insumo é mais do que necessário, tanto para o produtor (o maior interessado) quanto para toda a sociedade.
Usar fertilizantes de forma eficiente significa utilizar a fonte Certa, na dose Certa, no local Certa e na hora Certa, ou simplesmente fazer o Manejo 4C, para que não haja desperdício e para que cada R$ investido neste insumo seja transformado em desempenho e retorne com rentabilidade.
Vamos entender melhor esses 4 C´s...
1ºC: A Fonte Certa
É preciso optar por fontes de fertilizantes adequadas ao sistema de produção, à necessidade da cultura, às propriedades do solo e sua capacidade de fornecimento.
Quando se fala em selecionar a fonte certa, devemos entender isso tanto no sentido de selecionar o nutriente correto para cada momento, como no sentido de selecionar o produto correto para fornecer o nutriente selecionado, de forma que ele seja disponibilizado às plantas de maneira adequada.
As plantas necessitam de 14 nutrientes essenciais, em quantidades adequadas e em equilíbrio entre eles, para entregarem altas produtividades. São eles N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn, Zn, Cl, Mo e Ni.
Portanto, para selecionar o produto certo, contendo o nutriente certo, é preciso identificar qual nutriente é necessário e qual forma e velocidade de disponibilização são necessárias, bem como avaliar os prós e contras de efeito adjuntos, como a elevação ou redução do pH em alguns casos, ou aporte conjunto de um nutriente que não se encontra em limitação.
2ºC: A Dose Certa
É preciso ajustar a quantidade de fertilizante a ser aplicada com a necessidade da cultura, levando em conta o fornecimento pelo solo e a composição do produto.
Fertilizantes em excesso resultam em desequilíbrio nutricional, ineficiência fisiológica e lixiviação, com prejuízos tanto à produção quanto ao meio-ambiente. Fertilizantes em falta resultam também em desequilíbrio nutricional e ineficiência fisiológica, com menor rendimento da cultura. Portanto, somente a dose certa é capaz de promover um desenvolvimento adequado das plantas e trazer rentabilidade.
Para isso, é preciso determinar a capacidade de fornecimento do solo, através da análise de solo, e monitorar o balanço entre os nutrientes na planta, tanto para verificar a efetividade de manejos já realizados quanto para orientar adubações ou suplementações durante o próprio ciclo da cultura ou após a colheita.
Além disso, é fundamental checar a composição dos fertilizantes para garantir que a quantidade planejada dos nutrientes contidos no produto seja efetivamente aplicada.
3ºC: A Hora Certa
Aqui a palavra é timing.
É preciso sincronizar o fornecimento e a disponibilização dos nutrientes com a demanda das plantas. A disponibilização e a absorção de nutrientes variam de acordo com a cultura, com o nutriente, com as condições do solo e do ambiente, e com o tipo de fertilizante.
Conhecer a demanda de cada fase das culturas é importante para definir prioridades e ter em mente quais são os momentos críticos. Isso inclusive ajuda a cumprir o 1ºC (Fonte Certa), pois pode balizar a opção por uma fonte ou outra.
Tão importante quanto conhecer a demanda é conhecer a capacidade de fornecimento do solo, pois é o principal responsável por atender a demanda das plantas.
Cruzando-se a demanda com o fornecimento, aliado à disponibilização do fertilizante, é possível posicionar o produto de forma que ele disponibilize o nutriente no momento adequado (na hora certa).
No entanto, fornecimentos via solo geram uma expectativa de nutrição que, por diversas razões, pode não se concretizar na planta. Por isso, é fundamental que se monitore o balanço nutricional da cultura durante a fase de desenvolvimento (através da análise foliar) para que se possa intervir a tempo de não ocorrerem perda, ou seja, no momento certo, na hora certa.
Assim, para cumprir esse 3ºC (Hora Certa), é indicado estabelecer uma programação estratégica de diagnósticos (de solo, folha e insumos), que leve em consideração as janelas entre culturas, as fases fenológicas e a logística de amostras, resultados, compras, entregas e controle de qualidade de corretivos e fertilizantes.
4ºC: O Local Certo
É preciso colocar os nutrientes onde são necessários e mantê-los onde as culturas possam absorvê-los. Para isso, a metodologia de amostragem e a forma de aplicação são decisivos.
Toda amostragem tem um erro embutido. Amostrar corretamente significa reduzir consideravelmente esse erro, de forma que o resultado da análise seja extrapolável para toda a área representada pela amostra. Dessa forma, possuir um sistema de amostragem que leva em conta a variabilidade da área e a comparabilidade entre os resultados de um ano para o outro, por exemplo, é essencial para identificar as necessidades de cada local e manejar as limitações com maior precisão e assertividade. Isso vale para todo procedimento de amostragem, seja para análise do solo seja para a análise foliar, pois ambas têm grande influência na determinação dos locais certos para cada fertilizante.
Além do aspecto da amostragem, esse 4ºC (Local Certo) se refere também à forma de aplicação do fertilizante, que ora deve ser a lanço, ora localizado; ora em superfície, ora incorporado; ora em pré-plantio, ora no plantio, ora em cobertura; ou ainda via foliar. Cada forma dessa tem sua aplicabilidade baseada no nutriente a ser aplicado, no produto, na tecnologia de fabricação, no momento, e na necessidade de disponibilização.
Portanto, posicionar corretamente um fertilizante exige conhecer sua dinâmica no solo e na planta, que, cruzada com os demais C´s, fecham as 4 medidas para o uso eficiente de fertilizantes.
Para auxiliar você na implantação do Manejo 4C's a Laborsolo conta com uma série de análises fundamentais:
- Análise química de solo
- Análise química de tecido vegetal (foliar – com DRIS).
- Análise química de fertilizantes minerais
- Análise química de fertilizantes orgânicos
- Análise físico-química de corretivos de acidez (ex: calcário agrícola)
- Análise química de corretivos de sodicidade (ex: gesso agrícola)
Gostou? Conheça também o Projeto A2P da Laborsolo! Agricultura de Alta Performance é com a Laborsolo!