Labor news

2014-09-30 - Mercado Agrícola, Análise física do solo

Ministério Público quer conscientizar produtores e técnicos sobre a conservação do solo

A substituição dos antigos terraços pelo plantio direto está causando polêmica e levando a discussão até ao Ministério Público.

A falta de cuidados com a terra, com a retirada dos terraços que haviam no Paraná, está provocando prejuízo ambiental para toda a sociedade. Sem a barreira dos terraços, a água da chuva desce as encostas com velocidade, formando voçoroca na beira de estradas e provocando o assoreamento de rios e nascentes.

Em várias regiões do Paraná, como em Realeza, essa situação fica visível nos dias de chuva, quando a água dos rios se transforma. A preocupação é que nestes casos, além de terra, os rios recebem também resíduos da lavoura como adubos, esterco e agrotóxico.

Segundo Sérgio Carniel, chefe da regional da Emater, o índice de resíduo sólido na água tem preocupado. “Nos anos 1983 nós tínhamos um excesso de solo indo pra dentro dos rios. Após a conservação esse índice foi diminuindo. Nós saímos de 333 para 72. Agora, percebemos de novo que esse índice está aumentando. Esse ano, deu 309 esse índice”.

Em Cambé o promotor público Walter Yuiama entrou no debate: “Qualquer degradação do solo agrícola pode, em última instância, ser considerado uma atividade poluidora e é papel institucional do Ministério Público a repressão de qualquer atividade poluidora ao meio ambiente”, visto que o solo é um patrimônio ambiental e pertence a toda a sociedade.

O promotor vai além e alerta para o papel que os técnicos possuem no processo: “A partir do momento em que eles autorizam um plano de safra, assinam um plano de safra que permitem a supressão de terraços ou o aumento dos espaçamentos dos terraços fora dos padrões preconizados pelos institutos agrícolas, eles podem ser responsabilizados eventualmente, se isso originar uma erosão, um problema ambiental posterior”.

Algumas prefeituras estão fazendo parcerias com o governo do estado para reconstruir o sistema de conservação, o alerta do Ministério Público neste primeiro momento é para a conscientização, mas no futuro poderá passar para a punição.

Fonte: G1